Nos últimos anos, as mudanças climáticas têm impactado populações mundialmente, com alterações nas estações do ano, ondas de calor e frio, ciclos de seca e chuva. Esse conjunto de fenómenos tem afectado negativamente o planeta Terra. Diante disso, muitas pessoas têm desenvolvido debates e pesquisas sobre práticas sustentáveis para o planeta, e a biotecnologia tem sido um dos maiores enfoques para alterar este cenário.

Foi com esse foco que a cientista brasileira Anna Luisa Beserra e o biólogo moçambicano Aníbal Tomola participaram de uma palestra internacional para discutir como a inovação biotecnológica pode ajudar a mitigar os efeitos das mudanças climáticas e promover a preservação ambiental.

O evento destacou como as alterações climáticas representam uma ameaça crescente ao meio ambiente e à vida humana, exigindo mudanças por meio de soluções inovadoras e sustentáveis. Nesse contexto, a biotecnologia foi apresentada como uma ferramenta essencial na resolução de impactos ambientais, conservação de ecossistemas e desenvolvimento de melhores estratégias diante desse cenário.

Pioneira no desenvolvimento de tecnologias para o acesso à água potável, Anna Luisa Beserra ressaltou como a biotecnologia pode revolucionar a gestão hídrica e contribuir para a diminuição de emissões de carbono. A cientista trouxe exemplos práticos de como a biotecnologia pode ser aplicada para reduzir os efeitos das mudanças climáticas, como o uso de radiação ultravioleta para eliminar micro-organismos na água e o tratamento de esgotos sanitários com bactérias ou enzimas que transformam a água em potável.

“A escassez de água é um dos maiores desafios do século. Com a biotecnologia, podemos desenvolver sistemas naturais de filtragem, aprimorar processos de purificação e garantir um consumo mais eficiente. Isso impacta directamente na redução de doenças e na preservação dos ecossistemas”, explicou Beserra.

A cientista destacou ainda o papel das microalgas na purificação da água e na absorção de dióxido de carbono, além do uso de bactérias para tratar resíduos contaminantes. Segundo a oradora, a combinação dessas técnicas com políticas de conservação ambiental pode acelerar a transição para um modelo sustentável de gestão dos recursos hídricos.

Já o biólogo moçambicano Aníbal Tomola abordou os desafios específicos enfrentados em sua universidade, compartilhando os avanços desenvolvidos por sua equipa, como o tratamento da água por radiação solar. Ele também destacou como essas técnicas podem ser usadas na agricultura, por exemplo, para criar culturas mais resistentes à seca e reduzir a dependência de fertilizantes químicos prejudiciais ao meio ambiente.

Os especialistas concordaram que o desenvolvimento tecnológico é essencial e que, para tal, é necessário haver incentivos governamentais para a implementação da biotecnologia em larga escala. Políticas públicas voltadas para a pesquisa científica, o financiamento de iniciativas ambientais e parcerias entre os setores privado e acadêmico devem ser promovidas para garantir o sucesso dessas iniciativas.

“A ciência sozinha não basta. Precisamos de políticas governamentais que incentivem o desenvolvimento e a aplicação dessas tecnologias, além de consciencializar a população sobre a importância da sustentabilidade. Mas essas políticas variam de país para país, o que torna mais difícil alcançar os objectivos”, ressaltou Beserra.

Tomola reforçou essa visão ao destacar a necessidade de investimentos na formação de cientistas e pesquisadores. Para ele, é fundamental fortalecer os sistemas educacionais e ampliar o acesso à tecnologia por parte dos governos locais.

A palestra reforçou a urgência de adoptar soluções científicas para enfrentar os desafios climáticos e mostrou como a biotecnologia pode desempenhar um papel fundamental nesse processo, incentivando a colaboração entre diferentes sectores para um futuro mais sustentável.

A organização pretende expandir as discussões para outros temas, incluindo o impacto da biotecnologia na saúde pública e na conservação da biodiversidade. O evento ainda incentiva a participação de mulheres e crianças nessas palestras, destacando a sua importância como peças-chave ao abordar as mudanças climáticas, principalmente em relação aos ciclones e secas que têm afectado o país.

Este evento ocorreu no passado dia 14 de março de 2025, através da plataforma virtual Zoom, e contou com a presença de diversos convidados.

Ramiz Pedro xerinda

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