A Reserva Nacional de Pomene e os Parques Nacionais de Bazaruto, Limpopo e Gilé vivem momentos preocupantes nos últimos dias devido à desinformação e aproveitamento por parte de alguns cidadãos que têm agitado as comunidades locais.
Estes actos têm causado danos materiais e humanos avultados com destaque para destruição de infraestruturas de gestão, sistemas de abastecimento de energia e água, redes de comunicação via rádio, meios circulantes e violência física contra fiscais de floresta e fauna bravia.
Recentemente, foram colocadas informações falsas a circular dando conta que as comunidades locais da Reserva Nacional do Pomene queimaram as infraestruturas em retaliação à condenação de oito anos de prisão a um cidadão nacional pelo crime de caça proibida de macacos.
As áreas de conservação desempenham um papel crucial na conservação da biodiversidade, na protecção do meio ambiente, no bem-estar humano e constituem um mecanismo de promoção do desenvolvimento através da exploração das oportunidades de investimento para arrecadação de receitas e geração de renda.
“É neste contexto que o país tem apostado em medidas de conservação do seu capital natural visando a manutenção da integridade da Rede Nacional das Áreas de Conservação que compreendem cerca 29% do território nacional”.
Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC), através dos Parques, Reservas, Coutadas e Fazendas do Bravio pauta-se por manter uma boa relação com as comunidades da zona tampão das áreas de conservação do país, promovendo o engajamento nos mecanismos de gestão dessas áreas, o acesso a oportunidades de emprego, a implementação de projectos de geração de renda e a canalização de 20% das receitas provenientes de exploração dos recursos naturais, entre outras iniciativas.
“A conservação da biodiversidade e a protecção das espécies ameaçadas de extinção são desafios urgentes que exigem nossa atenção imediata e a colaboração de todas as forças vivas da sociedade para garantir um futuro saudável e sustentável para o nosso planeta”, aponta um artigo publicado no website da ANAC, que acrescenta o facto de a degradação da vida selvagem contribuir para a perda do potencial de geração de benefícios socioeconómicos e, ao mesmo tempo, aumentar a vulnerabilidade aos efeitos das mudanças climáticas.
As áreas de conservação em Moçambique são tuteladas pela ANAC e têm como principais objectivos a conservação da biodiversidade nacional, a promoção do crescimento económico e a contribuição para a erradicação da pobreza no país.
Assim sendo, a ANAC apela a todos os actores da sociedade, em particular às comunidades locais residentes na zona tampão, para que denunciem às autoridades quaisquer actos que atentem contra a integridade das áreas de conservação e do seu património.