Após concluir a faculdade de engenharia com sucesso e nota incrível na monografia (19 valores). Marques como era popularmente conhecido, jovem inteligente e promissor, com futuro brilhante pela frente, tanto em casa assim como na academia impressionava tudo e todos. Não havia ninguém que não lhe elogiava pelo seu jeito de ser e inteligência acentuada.

— Temos aqui o Elon Musk moçambicano - Diziam os colegas do curso, todos empolgados com a sua apresentação na feira de ciências organizada pela faculdade de engenharia.

— Bravo rapaz! Esta invenção é incrível, vamos dar seguimento...

Marques teria inventado uma série de objectos e instrumentos que poderiam ajudar tanto na agricultura, saúde e informática. Projectos e experiências inovadoras de tirar chapéu, até porque começou na tenra idade a criar suas invenções. Na escola primária assim como na secundária era conhecido por todos como génio.

Mas tudo isso não passou de uma pura aventura e matrecada por parte dos senhores investidores e empresas que comprometeram-se a financiar os projectos e invenções do rapaz, deixando-o a beira de um colapso neurológico, por pouco pensava em suicidar-se.

Passaram cinco anos após terminar o ensino superior, tentou empreender mas todos os seus projectos eram plagiados, até davam-lhe gorjetinhas para não dar seguimento, devido ao elevado custo orçamental para ser concretizado. Mas no fundo não passava de uma autêntica burla por parte das grandes concessionárias ao rapaz, visto que eram projectos maravilhosos a serem implementados por um jovem. Para eles, o rapaz não tinha sequer uma chance de avançar e ter sucesso no mercado. Era pegar a oferta das gorjetinhas ou largar tudo.

Bateu várias portas, participou em diversas feiras e workshops, sempre acontecia a mesma coisa, elogios para cá e para lá e não passava disso. No final do dia, voltava à casa aborrecido e sem solução a vista. O seu diploma em cima da prateleira, seus sonhos jogados ao lixo e o desemprego batendo a porta ano após ano. Uma série de currículos postos em várias empresas que nunca sequer tossiam para chama-lo, testando as capacidades e competências através de programas de estágios.

Só lhe restava ir a baixa da cidade, ajudar a mãe na venda das famosas recargas, amendoim, gelados, pão e badjias para sustentar a família.