É inaugurada nesta quarta-feira (3), às 18h00, na Fundação Fernando Leite Couto, a exposição colectiva de pintura e cerâmica intitulada “Serendipidade”, dos artistas plásticos Kass Kass e Massunganhane, com a curadoria de Yolanda Couto.
“Serendipidade” compreende como a descoberta de coisas interessantes e úteis por acaso, uma ocorrência feliz e imprevista que ocorre mesmo quando não se está a procura por ela.
Nesta exposição encontram-se dois artistas, duas técnicas, está a imprevisibilidade, as formas irregulares, inconcretas e até complexas. Pode se afirmar que não é o que se está à procura, mas mesmo assim persiste um diálogo entre a imagem e os significados, em Kass Kass (pintor) e Massunganhane (ceramista).
O mundo da cerâmica de Massunganhane, escreve Yolanda Couto no catálogo da exposição, apesar de ser feito de objectos reais com espaço e volume, introduz ideias que habitam fora dos limites físicos, e dialogam entre a memória cultural e a arte contemporânea.
“Preservando técnicas herdadas da modelagem tradicional, Massunganhane abre-se à contemporaneidade através de narrativas e críticas sobre identidade, género, espiritualidade que transportam a experiência humana em toda a sua complexidade. O barro moldado não se limita a fixar formas reconhecíveis, mas converte-se em suporte de conceitos e símbolos.”
Entretanto, Kass Kass manifesta-se através da construção de composições onde o ritmo, cor e narrativa se entrelaçam. São obras plenas de simbolismo, revelando as gentes trabalhadoras da nossa terra afirmando uma narrativa de identidade colectiva.
“Nas suas colagens as fronteiras expandem-se para experiências mais livres e mais subjectivas que se manifestam em jogos de forma e de cor, instaurando universos de imaginação e experimentação visual. A capulana não surge apenas como tecido, antes como um arquivo vivo de histórias, símbolos e identidades através do qual o artista convoca memórias e conta-nos sobre épocas, lugares e mensagens escondidas”, escreve Yolanda Couto.