Uma tartaruga marinha de mais de um metro de comprimento foi, sexta-feira (17), encontrada morta, em estado avançado de decomposição, nas margens da praia de Macúti, na cidade da Beira.
Trata-se de uma espécie protegida e ameaçada de extinção, cuja aparição física tem sido rara. De acordo com o Jornal Notícias, não foi possível identificar de forma imediata a causa da morte deste animal.
No local, a autoridade marítima, que acabava de chegar, sem gravar entrevista, disse que uma das causas da morte poderia ser a velhice.
Trabalhos multissectoriais deram início para a retirada do animal do local, antes que a população a apoderasse.
Em contacto com a delegada do Instituto Oceanográfico de Moçambique em Sofala, Alice Inácio, afirmou que a sua instituição tomou conhecimento do aparecimento da tartaruga e que estavam já a decorrer os trabalhos com vista a trazer mais detalhes sobre a presença do animal no referido local.
Por essa razão, prometeu pronunciar-se oportunamente com mais detalhes sobre as reais causas da morte, bem como a proveniência do animal.
Sabe-se, no entanto, que cinco espécies de tartarugas marinhas ocorrem e nidificiam na zona costeira de Moçambique. Apesar de serem importantes a nível ecológico e sócio-económico, e como símbolos de conservação da biodiversidade, além de serem protegidas pela legislação nacional e convenções internacionais, as tartarugas marinhas têm recebido em Moçambique, pouca atenção em termos de investigação e actividades de conservação.
De um modo geral, as tartarugas ocorrem e nidificam em toda a costa, com algumas zonas de maior incidência. Vários factores naturais e antropogénicos ameaçam a sua sobrevivência ao longo da costa. A acredita-se que as populações de tartarugas marinhas estão em declínio e assim continuarão, se não se implementarem programas de gestão e conservação sérios tendo como principais actividades a fiscalização, implementação da legislação existente e a promoção da educação e consciencialização públicas.
As tartarugas marinhas são solitárias e permanecem no ambiente marinho durante toda a sua vida, com excepção das fêmeas adultas que buscam as praias para desovar. Esta característica do ciclo de vida dificulta os estudos do seu comportamento. Por isso, grande parte do que se conhece sobre elas refere-se a estudos realizados com fêmeas em praias de desova.
Apresentam visão, olfacto e audição desenvolvidos, além de uma fantástica capacidade de orientação e natação. Animais migratórios por excelência, vivem dispersas na imensidão dos mares e, mesmo assim, quando atingem a maturidade sexual sabem o momento e o local de se reunir para a reprodução. Nessa época, realizam longas viagens, por vezes transoceânicas, para voltar às praias onde nasceram e desovar.